Na sexta-feira 3 de dezembro é lançado um novo disco de San Ignacio. Trata-se de uma teia de artistas, paisagens e sons que indagam poeticamente nos ritmos ternários do folclore sulamericano através da eletrônica. Um trabalho de música eletrônica que respeita a intenção e a estrutura da dança, investigando como modificar os instrumentos, sua velocidade, suas harmonias, suas gemas… um exercício de reapropriação que encontra novas formas que integram tradição, ritmo, palavras, texturas, natureza, cidade.
Como em um fogão, o disco se compõe de sonoridades e narrativas diversas, evocações de lugares longínquos e colaborações de uma vintena de artistas amigues, como Barda, Lauphan, Xanducero (Uruguai), e Rooi, entre outros.
Talvez uma das presenças mais fortes seja a do reconhecido produtor Chancha Via Circuito que participa em “O Tempo das Coisas que Frenam”, uma paisagem sonora que soma texturas e atmosferas a harmonias claramente tradicionais. O álbum conta ainda com as vozes e gravações variadas de Tatiana Cuoco, Diana Kerit (Equador), Lulo Adano e Simur Txt, e sobre o final, Morita Vargas e Pol Nada proporcionam recursos corais e palavras simples, deixando claro que a busca da música popular está sempre ancorada a emoções e paisagens comuns.
O disco é composto de 8 faixas entrelaçadas, como as paisagens na rota, construindo um mapa inédito das ruínas de outros tempos. Usando a eletrônica como canal para criar aquilo que somos hoje, fragmentadas, deslocalizadas, reterritorializades e, por que não? novos possíveis entre a terra, sua história, seus sons, o cimento, as luzes das cidades, os rios, os ventos, o fogo e os amigos.
San Ignacio é músico e produtor argentino que navega na mistura de gêneros, ritmos e imaginários diversos, situados fundamentalmente na América Latina. Seu trabalho consiste em uma mistura de gêneros, ritmos e imaginários diversos, mas sempre arraigados na América Latina, e especialmente na Argentina. Ritmos de folclore, cumbia, som de charangos e sintetizadores suaves, fundidos com fragmentos de poesia contemporânea e gravações de campo, que refletem uma busca que sai da cidade para o campo e da música contemporânea para as tradições. Seus shows ao vivo combinam o dançavel da música latino-americana, com a calidez e a espacialidade das texturas eletrônicas. A profundidade do charango e as harmonias que fluem dos teclados se acomodam entre as programações para inventar uma viagem intensa e sutil.
Sexta-feira 5 de novembro, adiantamento via Bandcamp
Sexta-feira 19 de novembro, lançamento de “O tempo das coisas que fream” (ft. Chancha Via Circuito)
Sexta-feira, 3 de dezembro, lançamento do disco completo