“Pequeno mundo claro-escuro”, obra mista para clarinete, violino, viola, violoncelo, contrabaixo e eletrônica, será estreada na Universidade do Panamá, onde será oferecido um encontro voltado para a nova música, haverá uma conversa sobre o processo criativo, um diálogo entre o compositor e os intérpretes, colocando em prática a autoria coletiva de forma a abrir um espaço para a divulgação de um gênero de grande importância no panorama da música contemporânea.
“Pequeno mundo claro-escuro” de Ana González Gamboa foi uma das obras vencedoras da edição 2022 do Concurso Ibermúsicas de Composição e Estreia de Obras
Nas palavras da compositora “Este trabalho visa captar ferramentas musicais que herdei na minha prática musical. Longe de me definir por uma estética ou estilo particular, o foco principal do meu trabalho será elaborar e explorar narrativas sob o conceito de glitch. A ideia principal deste trabalho nasceu em primeiro lugar como uma necessidade pessoal de alargar a minha perspetiva e procura enquanto criador, no sentido de contemplar a oportunidade de trabalhar com o glitch, não só como mais um recurso sonoro para a criação musical, mas também como eixo principal e elemento motor”.
“Pequeno mundo claro-escuro” estabelece um diálogo de recursos híbridos entre instrumentos acústicos e eletrônicos, que exploram os limites tanto da saturação timbral quanto rítmica, resultando em sonoridades complexas; para não perder a qualidade da fonte, seu timbre, textura e gestos e assim gerar uma unidade discursiva única, que dialoga constantemente e não para de se renovar e se reinventar.
Ana González Gamboa é uma compositora equatoriana, violoncelista experimental e improvisadora, cuja música navega nos limites entre a saturação e a ambigüidade do contexto latino-americano que a cerca. O som, como partícula que transmite pensamentos, sensações e emoções, é o seu meio de comunicação. Radicada em Buenos Aires desde 2010, tem seis EPs lançados em diferentes projetos como improvisadora e compositora. Participa ativamente de 2012 até o presente em vários ciclos e festivais musicais e interdisciplinares na América Latina, sua música foi encomendada, programada e executada em diferentes festivais, ciclos e residências de composição, como: Festival Atemporánea (Argentina), Festival Distat Terra (Argentina), Festival Internacional de Música Eletroacústica-Centro Cultural Kirchner) (Argentina), XIX Festival Internacional de Música Eletroacústica e Experimental Ai-Maako, (Chile), Occupy Music Festival (Equador), XIV Bienal de Cuenca (Equador), TACEC Festival – First (Argentina), entre outros. Obteve o Prêmio Ibermúsicas de composição e estreia da obra 2021 e 2022, 2º Prêmio Tribuna da Música Argentina 2021 (Conselho Argentino de Música) e o Prêmio Municipal de Ciências e Artes (Equador, 2019). Foi bolsista MAGA (UNQ-ISA, Cuba, 2018), TACEC: Primeira Geração (Teatro Argentino, 2018), Germina.Cciones (Ibermúsicas-Chile, 2019), PUJ/Ibermúsicas (Colômbia, 2019), Bolsa de Composição Sinfônica ( Equador 2021) e Bolsa América Latina – Nova música no ponto (EUA 2023)
O Paisaxe Ensamble foi fundado em 2008. Tem direcionado os seus esforços para a investigação e desenvolvimento da música de câmara, com especial atenção ao repertório clássico, latino-americano e contemporâneo. Desde 2016 se dedica ao resgate, estudo e divulgação da música do grande maestro e compositor chiriquiense Gonzalo Brenes; que depois de seus estudos na Europa não só foi responsável pela música do icônico Cucarachita Mandinga, mas também o criador de uma importante lista de canções que definem, juntamente com a obra de Roque Cordero, a identidade da música clássica panamenha. O conjunto se destacou em prestigiadas salas e festivais no Panamá, como: Feira Internacional do Livro, Alliance Française Music Fair, World Music Fest Panama, Artblock, Bohemian Festival, Musicarte Contemporary Music Festival, San Francisco de la Montaña, Finca Dracula Artistic Residence, Panama Jazz Festival, e em uma série de eventos artísticos e oficinas educativas. Em 2018 e 2021, foram premiados pela Ibermúsicas no âmbito do projeto do compositor costarriquenho Pablo Chin, pela estreia das suas mais recentes obras no Centro Cultural de Espanha – Panamá, Casa del Soldado e Museo del Canal. Também colaboraram com notáveis compositores internacionais da atualidade como: Mario Lavista (México), Sergio Rodrigo (Brasil), Martin Herraiz (Brasil), Valentin Pelisch (Argentina), Federico García de Castro (Colômbia); além dos nacionais: Elcio de Sá, Luis Carlos Pérez e Ricardo Risco, atual vice-diretor da Orquestra Sinfônica Nacional do Panamá.
Sexta-Feira 26 de maio, Facultad de Bellas Artes, Salón F-111, Universidad de Panamá
