Artistas do Uruguai, Argentina e Brasil se encontram na “Música Latinoamericana – de lo académico a lo popular”

Juntamente com artistas do Uruguai, Argentina e Brasil, o projeto levará o público a recriar imagens de igrejas, salões e ruas do tempo dos missionários jesuítas que chegaram à América no século XVII até a música acadêmica e popular dos séculos XX e XXI, onde as fusões de ritmos que representam as diferentes populações migrantes da Nova América são evidentes, juntamente com paisagens sonoras de grande variedade timbral, tanto por sua fase composicional como pelas características dos ritmos de cada país.

 

“A música na América Latina – do acadêmico ao popular” segue um longo caminho cujo objetivo é olhar para os diferentes cenários culturais que a música tem sido capaz de criar ao longo de quatro séculos, cenários cuja heterogeneidade e diversidade – resultado da inesgotável riqueza criativa dos seres humanos – nunca foram subjugados.

 

Começa com uma palestra introdutória da luthier Marianne Lilian Pérez Robledo, que fará uma apresentação sobre o ciclo, bem como sobre os instrumentos que serão utilizados nos concertos.

 

O primeiro concerto apresenta o binômio “culto-popular”, entrelaçando-se nas melodias do programa que têm sua origem no puramente popular, tais como o chamamé Merceditas. Nives Dearmas (cravo) e José A. Rodríguez (flauta) pretendem quebrar o preconceito de exclusão mútua que surgiu em torno deste termo através de páginas musicais que remontam às missões jesuítas das colônias americanas no século XVIII pelo compositor Doménico Zípoli, às raízes folclóricas dos ritmos do Brasil, Argentina e Uruguai. Os ritmos do compositor brasileiro Ernesto de Nazareth – considerado o maior expoente da música popular brasileira e precursor da música erudita nacional – também se destinam a estabelecer as conexões entre o binômio “culto-popular” acima mencionado.

 

Continuando com este pequeno ciclo de concertos, as primeiras décadas do século XIX na América Latina são musicalmente ilustradas. Ana Paula Segurola (pianoforte), Mercedes García Blesa (voz), e Gabriel Schebor (violão clássico-romântico), dão vida a inúmeras canções publicadas em compilações de Madri nas décadas de 1820-30. A música que animava os encontros sociais, tanto nos palcos como nos salões do mundo hispânico, alternava entre estas canções e danças da moda: “Contradanza”, “Minuet”, “Fandango”, “Polaca”…. E do mundo português eles apresentaram a “modinha”, e o “lundu”, testemunhando o complexo movimento de intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal.

 

Marcos Dalmacio, por sua vez, apresenta em seu programa a “vida dupla” do violão: em eventos populares, e nos salões da aristocracia, do ponto de vista de compositores como Villa-Lobos (Brasil); Agustín Barrios (Paraguai), Antonio Lauro (Venezuela), entre outros. O programa escolhido mostra o instrumento desde a música das ruas desses países, através de sua expressão folclórica, até a música do século XXI.

 

 

19 e 20 de novembro