Uma Roda para Moacir Santos foi concebida a partir da pesquisa da biógrafa de Moacir Santos e flautista Andrea Ernest Dias, que recebeu o manuscrito inédito da toada-afro “Rei dos Palmares” em um caderno de anotações que Moacir Santos desenvolveu para a trilha sonora do filme Ganga Zumba (1963), de Cacá Diegues. A obra foi inspiração para o show e integra o repertório, com um arranjo exclusivo do baixista Miguel Dias, com músicas que fundaram o estilo afro-jazzístico de Moacir Santos.
Além de “Rei dos Palmares”, as músicas “Coisa n.5 – Nanã”, “Coisa n.4”, “Coisa n. 9” e “Mãe Iracema” também estão na Roda. Estas músicas foram incluídas em sua premiada discografia, com destaque para os LP Coisas (Forma,1965) e The Maestro (Blue Note, 1972) e o CD Ouro Negro (Universal, 2001).
A flautista concebeu o roteiro musical do show fazendo de Moacir Santos o anfitrião de uma grande roda musical na qual serão ouvidos toques para os orixás, o afoxé, o jongo, a corima, o samba-de-roda, o choro, o maracatu, o samba, o rap e o funk. Com Direção Cênica de Édio Nunes, iluminação de Lucas Barbalho e projeções de Caco Chagas, o show mescla em diversos momentos imagens e texturas que valorizam ainda mais a sonoridade do repertório. Além de Andrea Ernest Dias, o Quarteto é formado por Pedro Carneiro Silva (piano/teclado), Miguel Dias (baixo e arranjo) e Felipe Larrosa Moura (bateria).
Desde o início dos anos 80, a flautista carioca Andrea Ernest Dias é presença constante nos palcos e na discografia da MPB, da música sinfônica e da música de câmara brasileiras. Nesta formação, a flautista convidou novos e talentosos nomes da cena musical brasileira.
Andrea Ernest Dias é Doutora em Música pela Universidade Federal da Bahia defendeu a tese Mais ‘Coisas’ sobre Moacir Santos, ou os Caminhos de um Músico Brasileiro; e Mestre em Flauta pela UFRJ, com a dissertação A Expressão da Flauta Popular Brasileira – Uma Escola de Interpretação, e Bacharel em Flauta pela Universidade de Brasília. É autora do livro “Moacir Santos, ou os Caminhos de um Músico Brasileiro” (Editora Folha Seca /CEPE, 2014-2016), fruto de sua tese de doutorado sobre o compositor.
O pernambucano Moacir Santos chegou ao Rio de Janeiro em 1948, com 22 anos de idade, e logo foi trabalhar na Rádio Nacional como saxofonista. Apesar de reconhecido internacionalmente e reverenciado por compositores como Vinícius de Moraes, Moacir Santos ainda é pouco conhecido do público em geral. O projeto busca contribuir na divulgação desse importante artista
brasileiro, bem como de sua musicalidade ímpar.
- 21 de julho, 17h30, Concerto no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante/Portugal
- 20 de julho, 14h, Workshop no Centro Cultural de Amarante – Amarante/Portugal