A cargo do Centro Mexicano para a Música e as Artes Sonoras e do Ensamble Mexicano 8xRadio estará a estreia de “Space Junk” de Lucas Fagin, vencedor do 1º Concurso Ibermúsicas para orquestra de cordas

Space-Junk é uma obra criada para 22 cordas espacializadas espalhadas pelo público, tendo como ponto de referência o modelo de dispositivo espacial pré-existente de Terretektorh para 88 músicos, de Iannis Xenakis. Uma das principais linhas de força do projeto foi a construção de uma espacialização de precisão quase electroacústica, com 22 músicos espalhados pelo público como se fossem 22 alto falantes.

 

Este dispositivo ou máquina espacial permite a construção de órbitas, a ocupação progressiva do espaço, a criação de efeitos de perspetiva e contrapontos espaciais, trajectórias sobrepostas e corpos sonoros simultâneos. A obra é semelhante ao que se pode fazer com uma obra electroacústica, mas construída apenas com instrumentos acústicos e produzindo resultados bastante diferentes. A escrita foi um grande desafio, um labirinto. Não há um único som que não tenha sido concebido e colocado dentro da lógica espacial da obra.

 

Em Space-Junk, o som é sempre argila, plástico, manipulado, esticado, condensado, fragmentado,

colidido, implodido, etc. Este barro é filtrado ao longo da obra através de moldes para criar uma música quase tátil.

 

O compositor argentino Lucas Fagin, nascido em 1980, iniciou a sua formação musical como um outsider do mundo académico, estudando composição, piano e guitarra eléctrica sob a tutela do compositor Daniel Montes, do guitarrista Ricardo Martínez e do pianista Aldo Antognazzi. Em 2003, mudou-se para França, onde estudou composição no Conservatório de Paris com Marco Stroppa, Stefano Gervasoni e Luis Naón.

 

Em 2009, paralelamente às suas actividades como compositor, co-fundou a BabelScores, uma biblioteca e base de dados de música digital, juntamente com o compositor Pedro García-Velasquez.

 

Recebeu importantes encomendas do Ensemble InterContemporain em 2011 e 2020, do Estado francês em 2012 e 2018, do Teatro Colón de Buenos Aires em 2011 e 2018, bem como da Radio France em 2015 e 2020. De 2016 a 2017, foi artista residente na Académie de France. Madrid, Casa de Velázquez.

 

Ganhou vários concursos e prémios musicais, começando em 2006 com o Concurso Internacional de Composição para Música Electroacústica Diffusion 2006, CCMCM do Centro de Musicologia Computacional e Música Computacional na Irlanda. Ganhou o Prémio da Fundação Roux et Tronchets atribuído pela Academia Francesa de Belas Artes em 2009. Lucas Fagin foi também galardoado com o Prémio Tremplin em 2010, atribuído pelo Ensemble InterContemporain e pelo IRCAM. Em 2015, ganhou o Prémio Ibermúsicas para a composição de uma obra para orquestra de cordas.

 

 

9 de novembro, 19h no Auditorio CMMAS, Av Morelos Nte 485, Centro histórico de Morelia, México. Entrada livre. Lugares limitados