A cantante brasileira Juliana Linhares inicia a sua digressão por palcos em França, Espanha e Portuga

Cantora, compositora e atriz potiguar (gentílico das pessoas do Rio Grande do Norte), Juliana Linhares lançou em março de 2021 seu álbum de estreia intitulado Nordeste Ficção. O trabalho, que tem direção artística de Marcus Preto e produção musical de Elísio Freitas, foi imaginado como um roteiro de teatro, um romance de auto ficção é um docudrama cinematográfico.

 

Otrabalho traz uma beleza e alegria irresistíveis, remetendo aos deliciosos LPs clássicos de Amelinha, Elba Ramalho, Cátia de França, Terezinha de Jesus e outros nomes da geração nordestina lançados na virada dos anos 1970 para os 1980. Traz ainda a grandeza melódica e poética de compositores como Alceu Valença, Ednardo, Fagner, Belchior e Zé Ramalho e dialoga com os herdeiros deles nos anos 1990: Chico César, Zeca Baleiro, Rita Ribeiro, Lenine etc.

 

Com canção inédita de Tom Zé cantada ao lado de Letrux, além de diversas parcerias de Juliana com Chico César, Zeca Baleiro, Khrystal, Moyseis Marques, Posada, Mestrinho, Jéssica Caitano entre outros e uma releitura do hino nordestino Tareco e Mariola, de Petrúcio Amorim, o álbum, que teve influência do livro A Invenção do Nordeste e Outras Artes, de Durval Muniz de Albuquerque Jr., também abre espaço para questionamentos sobre os significados de ser nordestina hoje.

 

Artista nascida em Natal, Juliana foi viver no Rio de Janeiro em 2010. Essa mudança deu a ela um lugar de observação privilegiado a respeito dos clichês com que o resto do país enxerga o Nordeste. A reação a esses estereótipos – e também a compreensão deles – foi material para a criação das canções. E se o Nordeste é uma invenção, como cantou Belchior, a arte segue sendo o meio para desconstruir narrativas. E criar outros nordestes possíveis.

 

Juliana afirma que depois de tanto tempo trabalhando na música como intérprete, começou a sentir uma necessidade grande de fazer canções, de se experimentar no lugar de compositora. Nnas artes cênicas, Juliana Linhares já trabalhou com João Falcão em A Ópera do Malandro e Gabriela, esteve ao lado de Angel Vianna no espetáculo O Tempo Não Dá Tempo dirigido por Duda Maia, foi diretora assistente em Vamos Comprar um Poeta, é alternante da atriz Laila Garin no musical A Hora da Estrela e atua em Contos Partidos de Amor.

 

Juliana Linhares tem sido vencedora das Ajudas ao Setor Musical para a Circulação do Programa Ibermúsicas.

 

  • 10 de novembro: La Predet, França
  • 11 de novembro: Le 360, Paris, França
  • 12 de novembro: Sala Tempo, Madrid, Espanha
  • 14 de novembro: Diobar, Barcelona, Espanha
  • 16 de novembro: Hard Club, Porto, Portugal
  • 18 de novembro: B’Leza, Lisboa, Portugal